Baby Love (2008)

Dirigido por Vincent Garencq. Quais os limites e arranjos possíveis entre a identidade sexual e do desejo de ser pai? Este é o tema central do longa Baby Love (2008), longa-metragem francês centrando na figura de Manu (Lambert Wilson), um bem sucedido pediatra que deseja ser pai a todo custo, mesmo que a revelia de seu parceiro de longa data, Philip (Pascal Elbé), que termina por romper a relação com Manu quando este anuncia que entrou com um pedido de papéis para a adoção.

Tratando a parentalidade como algo aberto e frágil diante da falta de leis que permitam o casamento, ou da presença de diretrizes que impedem a doação por homossexuais. É assim que Manu se vê impedido de adotar um filho, devido à descoberta súbita, pela assistente social, da sua homossexualidade; e que termina por procurar a solução pouco usual de uma barriga de aluguel a partir de anúncios em sites de casais de lésbicas.

Neste contexto, Manu conhece e desenvolve uma relação de amizade com Fina (Pilar Lopez de Ayala), uma imigrante argentina ilegal que precisa de um casamento para permanecer em solo francês e realizar o sonho de trabalhar numa grande empresa. Sem grandes surpresas, termina aceitando ter o filho de Manu em troca do casamento que lhe garantiria um visto permanente.

A partir daí, a trama desenvolve uma reflexão interessante sobre o amor, a vontade (e o talento!) de ser pai e coisas que aprendemos como sendo naturais e que no cotidiano são sujeitas a negociação. A grande lição do filme é apresentar a identidade gay não como uma escolha entre a paternidade e a sexualidade, mas como um campo de possibilidades inclusive da formação de famílias e do direito de ser pai.

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