O que caracteriza um tabu é o veto, implícito ou explícito, de sua manifestação. Do Começo ao Fim apresentou-se como um filme que tocaria na polêmica questão do incesto. Esqueceu, no entanto, de trazer a questão do veto para cena e criou um filme esvaziado de seu próprio tema.
O longa ganhou bastante repercursão com o público gay pelo destaque da relação homossexual dos meio-irmãos, sendo esta expectativa confirmada na fase adulta do filme, onde o parentesco de ambos é irrelevante à trama e são esbanjadas as cenas de sexo entre os atores. Belas, as cenas satisfazem os que queriam ver alguma ação entre homens no cinema brasileiro e só choca os desavisados sobre a natureza do filme.
Aluisio Abranches não examina a homossexualidade, nem como tabu, nem como vivência dos personagens, abstendo-se também do que seria a polêmica secundária do filme. O que torna-se razoável, já que no universo em que se passa o filme a relação incestuosa é plenamente incomporada, tornando sem sentido encontrar alguma oposição à experiência homossexual. Outra boa razão é que, de fato, os personagens não precisariam se identificar como gays para que se configurasse aquela relação entre os irmãos.
Restaria então dizer que esta seria uma história de amor, mas esta é talvez a verdadeira questão do filme. Ao alienar os personagens de qualquer questionamento pessoal ou do mundo a sua volta sobre suas escolhas, Abranches criou um ambiente estéril típico de uma obsessão e não de amor. O único episódio de distânciamento físico (e possível impasse para a relação) é traduzido na incapacidade de existir sem o outro, num desmoronamento subjetivo. Intencional ou não, o possível mérito do filme estaria em apresentar esse desequilibro afetivo sem pautar na homossexualidade ou no incesto como causalidade.
Coordenador do Núcleo UniSex, escreve sobre cultura LGBTQIA+, comportamento digital e saúde mental. Atua como psicoterapeuta afirmativo e de casais/famílias diversas em neuropsipro.com.
Estou passando nos blogs e sites da antiga Campanha GLBT pedindo para, quem puder, incorporar o vídeo que eu participei na Manhã Gazeta com o tema “Saindo do Armário” e mostrar ele para seus leitores e amigos. Se puder ajudar, ótimo. Se não, tudo bem também. Não quero atrapalhar “suas pautas” ou o “tema do seu blog”. Ta bom? Mais info aqui: http://fabricioviana.com/video-saindo-do-armario-blogs-sites-gls/
O filme tentou mostrar com uma certa leveza e naturalidade uma relação de amor q foge dos “padrões aceitavéis”, no entanto ao retirar todo o conflito real existente no meio social o filme acabou excluindo qualquer possibilidade de aceitação da relação gay e incestuosa uma vez q o contexto é longe da realidade. Uma relação dessa forma só aconteceria num contexto irreal??
Prezados,
Assisti ao filme e achei muito bom, muito ousado. O autor foi muito criativo e sensível. A relação entre os dois bonitões, é de extrema beleza e respeito.
Parabéns, fiquei encantado com o cuidado e carinho entre eles, como duas almas irmãs.
Excelente, além de bem feito, provocou um sentimento de carinho e esperança.